História do Khalidaf Parte 1:
Eram tempos difíceis para o povo Turiano que acabaram de perder sua mina, deixando para trás um lar, um legado e um líder. Khulan era um líder extremamente amado pelo seu povo, sua renúncia e o aviso repentino de uma futura invasão causou frustação para praticamente todos os anões, principalmente para o Conselho dos Turianos que alegaram que isto seria culpa da incompetência de Khulan, pelo o mesmo ter se metido nos problemas dos humanos e por ter se envolvido com a igreja dos elementais. Como última ordem, Khulan pediu ao Conselho, levar todos os turianos para as minas de Turan, lugar suficientemente longe de um eventual conflito. A reação foi de choque e de silêncio, pois Turan era um lugar significante longe de Eismond, a viagem seria exaustiva e perigosa, saques e conflitos eram previsíveis, muitas vidas seriam perdidas. Mas não havia outra opção, era a vida de alguns ou de todos. A última ordem de Khulan seria realizada, o êxodo ocorreria em poucos dias, mas o conselho adiantou, que o grande senhor das rochas, o mesmo que trouxe a glória, honra, conhecimento e força aos nomes dos Turianos, seria esquecido da história. Mas antes da imigração, Khulan confiou dois machados forjados com o mesmo material de eisenkern ao seu fiel amigo e capitão da terceira tropa dos turianos (a terceira tropa dos turianos eram defensores leais do rei. Membros de tais tropas honrosamente carregam nas vestes e equipamento um brasão com uma cor cinza com dois machados entrelaçados, representado a rocha e arma utilizado por Khulan.) Karnos, dizendo-lhe que esses machados deveriam ser entregues ao seu filho Khalidaf quando o mesmo estivesse pronto e treinado para manuseá-lo. A reação de Karnos foi de surpresa, pois não sabia que Khulan seria pai, aliás, ninguém sabia, a não ser a futura mãe e o próprio Khulan. A razão para o grande senhor da rocha omitir sobre o seu filho foi para evitar futuros conflitos políticos, pois ele sabia que existiriam preocupações maiores do que a luta pelo poder, também sabia que Turan, mesmo sendo distante, a destruição e o caos atingirão essa mina. Por isso confiou a Karnos a preparação de Khalidaf para o futuro que viria a sua frente. Dito e feito, Karnos jurou a Khulan que tornaria o seu filho em um guerreiro. O êxodo ocorreu, Khulan ficou em Eismond , e como foi previsto, na jornada foram perdidas milhares de vidas, devido a ataques de feras, criaturas diversas e ladrões humanos. A chegada em Turan foi exaustiva, além do mais, os turianos estavam sem um líder, era necessário um novo rei, e como não era do consentimento do conselho a existência de Khalidaf ou qualquer outro herdeiro de linhagem masculina de Khulan, o conselho nomeou Kilin I, o novo rei dos turianos. Kilin era um poderoso clérigo anão, uma classe rara. Clérigos anãos, quando existente, costumam serem escolhidos em tempos de dificuldades, tanto físicas quanto espirituais, pois suas habilidades e sabedoria são formidáveis. Além do mais Kilin entendia muito bem de política, soube administrar, quando os turianos chegaram na mina sem esperança, Kilin despertou a luz novamente, mas era totalmente intolerante com outras raças, assim como a maioria dos anões de Turan, por justificativa, pois culpava os humanos pela desgraça que ocorrera, além do mais, foram os humanos que saquearam e mataram diversos anões no êxodo, pois os mesmos procuravam tesouros trazidos pelos anões. Khalidaf nasceu em Turan, era um garoto curioso, e assim como todos os anões de Turan, criou um ódio contra os humanos por ter ouvidos relatos dos saques e conflitos que ocorrera no êxodo. Deduziu que o seu pai teria padecido nessa marcha. Ficou sob cuidados de sua mãe até seus 10 anos de idade, pois foi levado contra sua vontade por Karnos ao campo de treinamento dos militares turianos.
Já se passaram alguns anos, os anos de crises já haviam passado, o comércio e poder militar nas minas de Turan voltou novamente a crescer.
“Kalidaf, talvez tenha melhorado um pouco a sua habilidade em combater com duas armas”
Um ar de alegria paira na face de Kalidaf
“Mas ainda luta que nem uma mulher, não possui velocidade e destreza suficientemente nem para me acertar com os olhos fechados!”
“Karnos! Seu velho maldito! Como ousa dizer tais palavras! Se tem tanta certeza do que dizes, venha me enfren...”
Kalidaf antes de concluir sua frase fora atingindo com uma investida rápida de Karnos
Uma rápida luta se inicia, kalidaf, como sempre, foi derrotado pelo seu mestre.
“Viu Kalidaf, foi derrotado novamente, suas palavras são inúteis diante de suas ações”
“Urghhh, se me acha tão fútil e fraco, porque retirou-me da minha mãe enquanto criança para me treinar dias e noites como um guerreiro”
“Kalidaf, você como sempre deixando levar por suas emoções, acompanha-me, devo-lhe dizer algo”
Karnus pergunta
“Kalidaf, o que você sabe sobre o seu pai?”
“Não muito, toda vez que eu perguntava sobre ele para minha mãe, ela caia no choro, acredito que ele tenha sido morto por humanos na grande marcha para Turan... Mas o que essa pergunta tem a ver com o treinamento afinal?
“Talvez você não esteja pronto, mas seu pai designou esse dia para que eu lhe pudesse lhe contar.”
“Contar? Mas contar o que?”
Seu pai não foi morto por humano nenhum, e nem mesmo nos acompanhou na grande marcha. Seu pai foi Khulan, antigo rei de dos Turianos, era um homem nobre, justo, tão seguro de si como indivíduo que não vê necessidade arrogante nenhuma em se provar ficar dando demonstrações do seu poder para todos ao seu redor. Possuía uma maestria no combate de duas armas e era o único dentro os turianos que conseguia controlar as pedras com tanta perfeição, não era à toa que era conhecido como o senhor das pedras!”
“Khulan? Se ele era tão forte e um dia foi o rei, porque eu nunca ouvir falar dele?”
“E se meu pai era o rei, eu é que deveria estar no trono!”
“Já lhe contei coisas demais Khalidaf, se queres descobrir sobre o passado de seu pai, você mesmo deve descobrir. Para falar a verdade, nem eu sei os motivos certos porque ele ordenou nós virmos para cá, apenas sei que estávamos ameaçados de um futuro ataque, mas acredito que vá muito além disso. Apenas os membros do Conselho dos turianos, creio eu, devem saber da verdade.
“Então devo falar com o Conselho dos turianos?”
“ Não aconselho tal atitude, certamente ninguém acreditará que você é filho de Khulan, e mesmo se acreditassem, O rei Kilin I o mataria, pois o mesmo gostou de ficar no poder”
“Desgraçados!”
“Mas nem tudo está perdido Khalidaf, seu pai um dia falou de alguém que um você deveria encontrar”
“E quem seria?”
“Infelizmente eu não me recordo do nome, fui ingênuo em não anotar, naquele tempo estava preocupado com outros problemas, apenas sei que o mesmo se encontra em Torilany”
“O que?!” Indaga Kalidaf
“Isso quer dizer que eu tenho que ir para superfície e ir atrás de um mero humano para compreender a minha história?!”
“Pelo menos isso compreendeu com rapidez!” Fala Karnus
“ Maldição! Odeio humanos, é uma raça desprezível e gananciosa”
“Isso pouco me importa, eu já cumpri minha parte com Khulan, cabe você cumprir a sua”
“Tenho muitas perguntas, infelizmente, irei para superfície e procurarei este homem”
“Kalidaf, acredito que a superfície será o teste de tudo que você aprendeu aqui, talvez ainda não seja o melhor, mais poderá se tornar um se continuar com a persistência que têm. É provável que morra ou consiga aquilo que deseja, mas eu acredito que esta vida reservou um destino para você, pois caso ao contrário Khulan não perderia tempo fazendo esses preciosos machados, mesmo se fosse para o seu filho”
“Machados?” Indaga Khalidaf
“Sim, não machados qualquer, mas machados feitos por um material diferente, denominado Eisenkern. Durante tanto tempo no quartel, eu nunca tinha visto algo parecido. Mas isso pertence agora a você, espero que manuseio bem, pois caso ao contrário, seriam em vão tantos anos de treinamentos”
“Como eu chego em Torilany?”
“Daqui alguns dias um Nau-de-Guerra, no porto de Turan, transportará comerciantes e militares até Helênia, de lá, você continuará sua jornada por terra”
Dias depois Khalidaf se preparou para a longa jornada.
História de Kalidaf Parte 2 – a caminho de Torilyn
“Que Turik o abençoe nessa viagem Khalidaf” disse Karnus
“Obrigado Karnus, já vou indo, a viagem será longa”
“Boa sorte Khalidaf, um destino lhe está reservado, creio que enfrentará muitos perigos pela frente, espero que nunca fuja de uma boa batalha”
“Não lhe decepcionarei mestre Karnus, sou um guerreiro Turiano! Cada perigo que surgir na minha frente, é apenas um obstáculo que eu passarei por cima”
“Parece que eu estava errado enquanto a você Khalidaf, acho que você está pronto. Se sua mãe ainda estivesse viva, estaria orgulhosa de você”
“Sinto pela morte da minha mãe. Nunca compreendi a dor dela” Diz Khalidaf
“Adeus Karnus”
“Adeus Khalidaf, mande notícias, caso o contrário, eu mandarei alguém atrás de você”
“Está Falando daquele Ladino atrapalhado? Aliás, onde está ele?”
“Eu também não sei, Torim é um anão muito misterioso”
“Torim e suas artimanhas” fala Khalidaf
“Farei o possível para mandar notícias, adeus”
Depois de alguns dias de caminhada, Khalidaf Finalmente chega ao porto de Turan. Lá é um porto que exporta matérias primas como marfim, pedras preciosas e compra bens manufaturados. Na Embarcação Khalidaf foi alertado pelo capitão do navio
“Ei pequenino! Não pode entrar armado no meu navio” diz o capitão
“Como ousa de me chamar de pequenino, seu humano imundo! Por caso que eu corte suas pernas para ficar do meu tamanho”
“Tem muita coragem de me ameaçar dessa maneira, você não está mais nas minas seu anão, está na superfície, e as leis daqui, são diferentes do lugar de onde vem. Se quiser embarcar, terá que me dar suas armas para que eu possa colocar em um depósito do navio”
“Maldição! Como eu poderei me defender caso esse navio seja atacado por criaturas marinhas”
“Isso aqui é um Nau-de-guerra, transporta comerciantes, viajantes e marinheiros. Caso haja um ataque, nós marinheiros desse navio os protegeremos”
“Se este navio depender de marinheiros como você, certamente será afundado”
“Você vai ou não embarcar!?” Fala o capitão irritado
Por um instante, Khalidaf seria levado pelo seu orgulho e não embarcaria, entranto sabia que essa não era uma boa escolha
“Irei, mas se meus machados sumir, arrancarei seu pescoço com minhas próprias mãos”
Depois de um tempo, o navio saiu de Turan. Finalmente a jornada de Khalidaf havia começado. Os primeiros meses de viagem de navio foram tranquilas, uma tempestade ou outra assustava a tripulação, mas nada fora do comum. O Naú-de-guerra navegava com fluidez ao mar, as velas tremulavam ao vento e os casco externo resplandecia com o sol de verão que fazia. Tudo estava calmo na embarcação, com as coisas funcionando como deveriam funcionar, a viagem transcorria sem problemas, pelo menos até o presente momento, quando uma agitação nas águas se deu mais à frente. Criaturas humanoides de peles escamosas nadavam em grande velocidade.
Um vigia que estava na parte superior do navio, deu um grito desesperador para o capitão
“Capitão! Os demônios do mar” São eles! E não apenas um, dois, ou três! mas uma horda deles!”
“Não pode ser” Exclamava o capitão
“Não no meu navio”
Eram uma horda de criaturas com garras e dentes afiados, com uma longa cauda terminando numa nadadeira curva, de olhos grandes e assustadores, com uma coloração verde, mais escuras nas costas e mais clara no ventre. Eram os Sahuagins, conhecidos como os demônios do mar.
“Senhor eles estão se aglomerando por todos os lados, nunca vi tantas criaturas na minha vida!” Exclamava um marinheiro
“São muitos, mas não temos outra opção a não ser lutar” falava o capitão
Dentro do navio, os tripulantes e o Khalidaf estranhavam a movimentação dos marinheiros”
“O que está acontecendo humano?” Perguntava Khalidaf ao marinheiro
“Estamos sendo atacados, sugiro que se esconda se não quiser morrer”
“Esconder e morrer? Não é do costume turiano ouvir isso e muito menos cumprir essa sugestão. Dê-me a minha arma e os ajudarei no combate.” Falava Kalidaf
“Que assim seja, nós realmente precisamos de combatentes ao nosso lado, nosso número é inferior comparado aos do demônios do Mar. Todos os tripulantes me acompanhem, darei armas para todos para que possam se defender”
Um comerciante exclamava “Mas eu não sei lutar, eu irei morrer!”
“Certamente não é nosso dia de sorte, entranto eu não posso fazer nada, se esconda ou lute” Dizia o marinheiro
Todos os tripulantes foram armados, inclusive Khalidaf que pegou novamente seus machados”
Um combate se iniciou, aqueles que não sabiam manuseiar bem as armas que empunhavam, foram mortos pouco a pouco e jogados ao mar, os que se esconderam foram achados, e os tesouros e outras riquezas do navio foram saqueados. Mas nem tudo estava perdido, haviam homens que faziam jus de serem militares, combatiam com fervor os demônios do mar. Khalidaf também fazia jus a todos os anos de treinamento na mina.
“Malditas sejam as mães que deram à luz a tantos vermes! – esbravejou Kalidaf
“Não perderemos! Isto eu posso garantir para vocês. Não importa quantos sejam” Falava o capitão
A Luta continuava, muitos marinheiros haviam morrido, mas ainda eram mais os números de cadáveres do inimigo. Finalmente a luta havia terminado, e poucos foram os sobreviventes.
“Anão, você lutou muito bem, foi de muita utilidade no combate, talvez se não estivesse ao nosso lado, muita mais mortes ocorreriam. Mas vejo que está muito ferido, há mais cortes em seu corpo do que estrelas no céu, se não for tratado logo morrerá assim como todos que lutaram brevemente nessa batalha” Falava o capitão
“Recuso-me a ser cuidado por mãos humanas, mas eu não posso morrer agora”
“Atracaremos em Commoria, lá eu conheço uma curandeiro que pode cuidar de você”
Dito feito, depois de algumas horas o barco foi atracado em Commoria, e como prometido, Khalidaf ficou sob os cuidados de uma curandeira”
Depois de curado, Khalidaf falou que prosseguiria com sua aventura. Mas antes de partir a curandeira perguntou
“O que fazes um anão guerreiro em plena superfície”
“Não interessa, não devo satisfações” falou Khalidaf
“Não precisa ser tão rude, só estava querendo ajudar”
“E como pode ajudar?”
“Hoje mesmo uma caravana de comerciantes estão indo para uma cidade”
“Por a caso é Torilyn?”
“Sim! É para lá mesmo, como sabes?”
“Parece que Turik me abençoou desta vez, eu estou indo para lá, só não sei como chegar”
“Que sorte a sua senhor anão, se você pagar um pequeno valor para esses comerciantes, eles poderão lhe transportar”
“Que assim seja, onde estão esses comerciantes?”
“Acompanha-me senhor anão”
E assim foi feito, pagou aos comerciantes um valor para ser transportado até Torilyn. A viagem foi longa, mas tranquila. Finalmente Khalidaf havia chegada em Torilyn. E agora estava procurando por Gustovan, por indicativa dos comerciantes que lhe haviam transportado. Durante o Trajeto, Khalidaf dize que estava atrás de determinado homem que poderia lhe ajudar, os comerciantes não tinham ideia de quem seriam, mas indicou um homem chamado Gustovan, um homem conhecido na cidade de Torilyn. Quando Kalidaf chegou em Torilyn, estava com fome, fazia tempos que não bebia e comia uma boa comida. Logo foi para uma taverna para saciar os seus desejos e procurar informações sobre Gustovan.



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